EMISSÁRIO DA TÁVOLA
Debaixo da linha do
descaso
As sombras do
Guadalajara
Agônico tempo atemporal
Cega-se perante o
objeto
Que faria explicito o
real
Parece ser um
aglomerado
Não olham por essas
bandas
Sabe-se lá tem
pessoas pardas
Dentre pretos
poliglotas
Disritmia de homens
donzela
Tudo junto no
amontoado
Crianças que não
comem
Fedido beco
abandonado
Tropeços dos mais
velhos
Suja de logros e
supostos
Ponta fraca das
mazelas
Muito adulto desocupado
Na coluna do despacho
Esquecido vão do
viaduto
Ferve o universo na
panela
Escorre pelo ralo do
engodo
Sem passeio, sem
chão, sem lote
Nem se apossar da
manta pode
Se o destino o põe em
vão
Não vacile e não
se precipite
Que não cruze rua de
doutor
Lá apesar de todo pesar
E a consternação do
horror
Confunde sentido do louvor
Apressa o refugio da
prece
ilusão remota da
esperança
É o elo de todo o
intuito
Do emissário do
divino
Colhida do inverno de
Julho
Pelo olhar horizontal
do Julio
roda viva ouvindo
histórias
Que embaraça na
memória
Os nós de rotinas Reprimidas
Cavalheiros da Távola Redonda
Há igualdades nessas
feridas
esmagadas sobre piso
tátil
Nessa alameda do
poder cego
SÉRGIO CUMINO –
OBSERVATÓRIO 803
Poema
dedicado aquele que vê o santo graal no brilho de cada olhar resgatado.
Padre
Julio Lancelotti, e sua luta pelos desfavorecidos