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domingo, 20 de agosto de 2017

TEMPO de RESSACA




TEMPO de RESSACA  

Pediu-se um tempo
Um tempo impreciso
Sem entender o lamento
Do sujeito rompido
Decidiu calada
Pedido passou com vento
Calada indecisa
Nem formalizou a palavra
Freada no intento
Sem rodar o  ponteiro
O que desejo precisava
Era tempo apaixonado
Libertar o peito  amarrado
Explode como ordem cumprida
Parou com o estampido
Desabafo do conflito
Desata o nó engasgado
Num tempo dramático
_ volta meu amor!
- eu te quero do meu lado
Sabia ser amada
O segredo escapou
Furou o muro do rancor
Sentido respirou o vácuo
Nua e desarmadas
Tempo de reflexão
vazio antecede o laço
Um frio acanhado
Que escala a coluna
Que o mistério escalou
E a boca passeou
Criou-se um  atalho
Onda quebrou a autoridade
Espuma da  paixão
Tempo da saudade
e vê que o simples assim
em absurdos transformados
 com injusto afrontado
desse mar de ressaca
como motim do seu medo
cria tempos macabros
de olhos cegos
ouvidos tampados
mar agitado
sem o sinal do farol
surge o tempo sagrado
que da paz ao sensato
esperança ao amado
um tempo calado
ouvindo o silencio
dizer o significado
do abraço apertado
da lua e o sol.

SÉRGIO CUMINO

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