LOBA DOS VENTOS
Mulher que trilhou caminhos
Enfrentou tempestades
E chorou garoas
Aprendeu com amor
Que não existe sem dor
Sabe celebrar com vinho
a dialética que voa
com melodia as saudades
Desde tempos da Estudântina
Insegurança do vestido rodado
Vira bandeira na roda da vida
Vela do veleiro da jornada
Dá-se movimento a sua sina
Graça ao servir o amado
Agora Loba de sorriso menina
Linda de divinos peitos
Faz do estigma pintura
Cuja imagem revela
A arte que vem de sua luz
Assim sua alma fotografa
Gestos, um balé do seu jeito.
Coreografia com lisura
A fé faz do corpo capela
Mistura-se ao vento
De fêmea e guerreira
E vaga seu olhar
Assim sorriso aflora
Quando o suspiro bento
Deixa a loba e arteira
A faz sensual como ar
Pelos sopros de Oyá
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
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