ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

sábado, 3 de junho de 2017

VELEJAR COM CAROL




VELEJAR COM CAROL

Hoje vejo uma mulher
Cujos encantos um mistério
É poesia no oceano
Que outrora menina de colo
Danada sabia ensinar
Brinquei de casinha
Demos lúdico a cozinha
E desafios ao imaginar
Emergiu meu lado terno
Quando suas bonecas
Poria para eu ninar
Com cantiga solo

Hoje a contemplo a ser mar
Torno naufrago em pensamentos
Refletindo sobre perdas
Enquanto as vagâncias de lá para cá
Diante de suas maresias
Que não sei decifrar
Estranhamento sem cabimento
Faz névoa ao enxergar
Levanto as ancoras
Para ser Pai nesse timão
Dar movimento a esse amar
 Libertário e navegante

Quero  saborear sua maré
Sentados a ao bom bordo
Trocarmos história de pescador
Das falácias que impõe a vida
As ondas de felicidade
Nosso veleiro dos sonhos
E que nos leve onde for
É a poética da troca
Dessa vida remota
Ligada a linha tênue
do sentimento e dor
Assim o vento  sobra a vela

A estrela do norte nos  leva
Ser seu cais provedor
Qual seja as circunstâncias
Enaltece o barqueiro
E o valor do oculto
Desse poder ancestral
Do velejar negreiro
Assim o olhar triste
Perde-se no horizonte
Numa busca ao fundo
Sabe-se onde
Poderei encontrar como rima

Aquele abraço da minha nina
Quanto mais nado nessa água
sede sinto para sanar meu tronco
cada dia aprofunda raízes
e os galhos com enfeites de festa
Afinal se passaram duas décadas
E a filha se revela mulher
A bússola é precisa
E a vida nem tanto
Com o tombo do navio
Fico boiando a deriva
Submergir-se em prantos
Carente de seu sorriso
Orgulhoso de sua graça
Quero deleitar em seus encantos .

SÉRGIO CUMINO – 

poesia dedicada aos 20 anos de minha filha Carol



Nenhum comentário:

Postar um comentário