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domingo, 30 de abril de 2017

VAGABUNDOS PARA GERAL

VAGABUNDOS PARA  GERAL


O cacete quebrou

Sobre as ancas

Do corpo esperança

No lombo de trabalhador

Que será o vovô

Sem direito a repousar

O que trás má lembrança

De uma época de nunca mais

Mandam todos ao cais

Onde jamais aposentará

-Deficientes ao mar

Grita o lacaio

Anunciando missão

Dada e realizada

Proposta da indulgência

A barca do inferno sem Alto

Que aparece ao horizonte

Em meio a fumaça de gás

Mandam até professor

Apagar as escritas

com bola de borracha

Conhecedor da história

Vê essa escória

Torturar o conhecimento

Mas a fé professada

E as palavras afirmadas

Impede o condutor

Seguir a águas passadas

Onde sangue e suor

Compunham mesmo odor

E lugar comum na jornada

Ostensivo abre alas

esse povo vagabundo

Como grita tirania inflamada

Sabe o valor da produção

E quem fica com ônus

Já a gloria dos Bônus

Sem se preocupar com magoa

Mantenedores dessa casa grande

Seus troncos e senzalas 


SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

AFETOU-ME O FRATERNO





AFETOU-ME O FRATERNO

Afetou-me sopro fraterno

Numa sinergia que afeta

Atos multiplicadores

Tira o conforto

De cada um no seu  quadrado

Esse uma história o outro relato

Sozinho, mais um cadeirante.

 Há o que não enxerga

Supôs ser único a sentir dores

Aquele que sem os gestos

Vocabulário em libra

 E o sol em leão

Fica sem função 

Porventura em  qual Lua

colocará seus sonhos?

Ato de viver hiberna

Até as que mancam sem querer



Somente uma ação fraterna

Atraí-nos como ímãs

Mostra a cada perdida peça

Relevância nessa engrenagem

Como parafuso sextavado

Pensamento que fortalece

O engenho dessa rede

Transformada pelo balanço

Do afago e das ideias

O lobo solitário entenderá

consagrar o  sagrado colo

 Chave que vai operar

De suas projeções afirmativas

São juntos, locomotiva.

De peças diversas, porém irmãs.

Seguem como família

A  conquista dos seus sonhos

Sob o signo do caminho

Com a bênção do Senhor

E a realeza dos seus  trilhos


SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA

Poesia inspirada e dedicada a FCD – Fraternidade Cristã de Pessoas Com Deficiência

terça-feira, 25 de abril de 2017

MELANCOLIA



MELANCOLIA 

Que falta faz a inspiração
Foi-se com o vento
E nunca mais voltou
Vivo angustias ávidas
Que importa essa ingrata
 Se me abandonou

Germinarei outra com ação
Preparo-me e sento
Caneta o papel não tocou
Quer-se para lamurias
Que vazio  que atraca?
Desconheço esse que sou
 
Claro, recorri ao coração.
Encontrei apenas lamento
Sinto-me bornal que vazou 
Sobrou o vácuo de duvidas
Rogo para um basta
Todo esforço não bastou
 
Nem poema de solidão
Caramba que tormento
Um vazio que entornou
Pelas indagações mórbidas
Essa coisa que arrasta
Não sei se fico ou vou
 
Só fascismo da contenção
Não vejo relativo do tempo
Nem a emoção que me tocou
Apenas as pérfidas
O que aprendi onde esta?
Parece que tudo hibernou
 
Onde parou o tesão?
coisa que nem comento
O animo broxou
Aproxima palavras homicidas
Grafadas com facas
As esperanças que cortou
 
Não peça minha opinião
Quer-se estou atendo
Não vi o leite que derramou
Nem as pessoas queridas
Sai no frio de regata
E a geada não incomodou
 
Todo esforço em vão
Tudo sem cabimento
Gélido sem calor
Exaustas feridas
Desse conto sem fadas
Assim como, sem amor

SERGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA

quinta-feira, 20 de abril de 2017

OLHAR DA ESQUINA



 OLHAR DA ESQUINA
O fogueteiro da noite
Adormece as narinas
Suspiro quando brisa
Abre alas a  entrar
Assim raposa ligeira
Conduz a fonte
os ratos sem ratoeiras
para ter o que cheirar
Na boca da noite
Que seu alerta virá
quando caça virar
O gosto mesmo
e ver o que passa
Farol da quebrada
Dentre os salves
e “parcas” da praça
A o vigia  da moto
e seus periódicos apitos
Conforto ao sossego
mostra que a noite
não fica  sozinha
e palco do medo
com tantos encantos
e outros nem tanto
Só a noite já não é só
Tem seu movimento
e sua arte orquestrada
Sob um divino silencio
de infinitas noites
e lua enamorada
de poesias e mistérios
E as matilhas ladram
para outras de longe
é que o eco há de levar
E o contratempo
surge em contraponto
como a batucada
do clássico  menestrel
O malandro de terno branco
Afasta maculas das esquinas
com seu toque de maestro
coreógrafa os fósforos
sapateiam dentro da caixa
sua melódica serenata
para a noite passar
SÉRGIO CUMINO – O POETA DE AYRÁ

sábado, 15 de abril de 2017

JAÇANÃ DEU A’DEUS A MATA




JAÇANÃ DEU A’DEUS A MATA



Fora além do CEU

Como voo de Jaçanã

A Vila Nova

Acima do bem

Assediada ao Mal

Antagônico ao Éden

Codinome Galvão

Mirante de mente sã

Nesse morro nada são

Do largo é a largada

Rotatória engarrafada

Um laço de nó

Aguaceiro na chuva

Tem muita curva

Tem-se Reto, tem medo.

Hora entupida

Barriga da ingestão

Descaso indigesto

Há todo o processo

É de dar dó

De não ser assistida

Outrora encruzilhada

Entre o tudo ou nada

Dentro da ocupação

Culpado e inocente

Em terras de santa casa

Viraram artérias

É comunidade sagrada

Entre Deus e o Diabo

Á aquele que só acata

Outro vive do que cata

Da Rural, anjos caídos.

Do Jova a cova

E a prova dos nove

E o sangue escorre

Flori pelo vaso

das vielas íngremes

E sua sinuosa duvida

Todo tipo de fome

Outrora curva das matas

Almas alimentadas

E a graça das chácaras

Arroubo ao seu topo

E a torre da rede

é moinho de vento

de realidades sopradas

gigante abandonado

virtude do descaso

mastro mirante

Plataforma dos olhos

Vê-se que o tempo passa

Nessa sociologia Vã

as bicas eram d’água

Fogueiras de madeira

Não o que os transportava

Já o tempo importava

Dou nostalgia ao olhar

como bambuzal de Oyá

com reverencia dançava

onde era mata do Jaçanã



SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803