POETA E O VENTO
Assim chega o poema
Disperso na ventania
como semente a semear
ao cair em terra fértil
No arrepio de células
leva o poeta a pena
Processo de semear
são planadores do sonho
Uma conversa sem regra
dos conselheiros a mente
O sentir e a palavra certa
com libido ou vice e versa
O medo excita com o risco
livre arbítrio aos conflitos
vislumbrar o não visto
A frase de efeito é isca
ao portal dos sentidos
ou aquela que me liberta
Que pode ser subversiva
mas nunca subserviente
absorva o que lhe sopra
como entidade que te toma
Nesse caos que rebenta
O Papiro vira placenta
Cujo cordão umbilical
a caneta por excelência
ou grafite do lápis
Que no papel de pão
cantou-se substantivos
do fim do verão
Poesia é viagem
De cá pra lá de lá pra cá
Sentidos e imagens
A busca das miragens
A arte do arranjo de flores
Á tragédia de Mariana
Enterrada na lama
Matas e magias
Falecidos por amores
Basta o sentimento
que reverbera no estômago
quando frio da barriga
espera o calor da emoção
Assim se da produção
O poeta e a criação
Traduz-se em alegorias
Cuida de feridas
A leitura que o poema faz
Do seu absorto leitor
Assim a poesia entra
No orbe da leitura mutua
Assume sua vida própria
Empatia camaleônica
Na sua diversidade lida
Outros que a eles nada
Vivida por que a abarca
Que assim seja um leque
De vidas que se passa
nas correntes do
vento
constrói seu legado
Numa catarse partilhada.
SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIENCIA
Toda palavra semeada se cair em terreno fértil trás consigo os sonhos, desejos, arrepios. Um despertar inconsciente de uma viagem regada pelas linhas escritas no poema. Sabiamente deixa-se embalar os que tem a poesia dentro de si e ao vento que surge embala sua existência.
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