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sábado, 14 de janeiro de 2017

DELEITE E A MOÇA

DELEITE E A  MOÇA
Às vezes me pega
Na sutileza do acaso
Como se bebesse vinho
Sem perceber!
Presença  Embargada
 por fragrâncias
de dama da noite
de rosas vermelhas
outrora jasmim
Feminino encantado
Sensação arrepiada
aconchego ao ninho
Se ela  vem
De mim ou além
Uma onde que me quer
É um calor que embriaga
Traduz a experiência
E com altivez
Torna reflexos aquém
Nada se assemelha
Sopro que me conduz 
Equação dessa soma
Regente do orgasmo
Sentido de ser mulher
Perco-me em anseios
Em meio às anáguas
Como feitiço da verbena
Movimento e essências
Coreografia dos mistérios
Que envolvem seu leque
A suas vertentes
Rendida me posto assim
Ao bom gosto as rendas
Segredos da Lua
E outros dos seios
Chega-me como sopro
Ilumina-me como luz
Arrepia quão espumante
Incendeia meu ventre
Assim alenta
A voz do atrevimento
Acende volições ocultas
Em ondas me vou
Deixa-me encabulada
Por vezes rubra
Perco  noção do perigo
gestora do escrúpulo
elimina as culpas
e os medos nulos
Movimentos ousados
Desejo em transe
Leva-me a dançar
Sentir-me louca
Afasta o mal
Enigma na gargalhada
Gosto alterado
chega-me do além
Esmalte carmim
Felina feita onça
brincos avantajados
Energias se misturam
Eu e minha Moça
Faz do corpo canoa
Nesta orla me tem
Acendem num pulo
a magia e o carnal!
Despedimo-nos do aquém

SÉRGIO CUMINO – Poeta de Ayrá

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