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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

BROTO QUE AFLORA

BROTO QUE AFLORA
A ternura que passa
Pelo suspiro da lembrança
É o desejo que alcança
A afeição do olhar
Alegria de ser seu par
O signo de  estar
Juntos na proporção
Da beleza cósmica
A alegria da menina
Ronda como se não
Houvesse amanhã
Declarada na palma
pela a linha da vida
o Ciclo que exalta
alega ser poesia
Quando desliza afável
pela doçura da face
assim como não há tempo
Para descrever o querer
Porque ele se planta
Rítmica paralisia
Que deixa tormentos
Assim como a dor
Perímetros lá fora
da sua imensidão
porque o fogo que exala
Da pele que se pela
No calor que aquece
Amalgama de lábios
Que beija o amor
E sempre será dádiva
Prelúdio da primavera
E o afago se resgata
pelos mergulhos profundos
do olhar trocado
como no namoro da praça
brincadeira de criança
arranjo do florista
para casal apaixonado
quando tudo se encaixa
na proporção que pulsa
essa sucessão resgata
a pureza da menina
dessa paixão cíclica
que canta esperança
inicio do novo verso
do broto que aflora
renova toda graça
como a bênção
de um novo começo
SÉRGIO CUMINO – POESIA FLOR E A PELE

domingo, 28 de agosto de 2016

DESEJO DE FLORA



 DESEJO DE FLORA
A fogueira  de desejo
No seu ecossistema 
É um fogo na mata
Que ferve e agrega
E flori o agreste
Sobe pelas ribeiras
E também na corredeira 
Entre a nuca e a cabeleira
Êxtase em   bruma
No levante arrepiado
De suas suaves gramas
Alongar alegre da  chapada
E seu sorriso como flores
Em graça e ternura
Que deixa corpo sinuoso
Em sensualidade ondulosa
Quando a sussurrada prosa
A conduz a  dança do pólen
A florada em sua pujança
Germina o sorriso parado
No horizonte da lembrança
belas andanças fazem as mãos
precursor daquele beijo
com os toques e jeito
conduz sua fauna
SÉRGIO CUMINO – Poeta a flor e a pele

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

VIDA ARTESÃ

VIDA ARTESÃ
Saí à rua
Percepção apura,
Na companhia do vento
Estava a me esperar
Na parada do tempo
Envia-lhe a mensagem
Pelo sinal do wifi 
seja sopro, seja grito
é virtual e urbano
Espere! Perdi o sinal
junto com juízo
sentidos conectados
como um pensamento vivo
e o navegar impreciso
vem acender esse fogo
cortando a praça
“Linkado”  a sua graça
vertiginosas brasas
põe cabeça em viagem
e o desejo trocados
com fluxos ligados
Acende olhares 
Para pairarem
o brilho da emoção 
Lareira da criação
Adentra a toca da coruja
Racional e intuitiva
De jutas e retalhos
Pedaços juntados
Misturado a sua ilha
Dessa vida artesã

SÉRGIO CUMINO -  pCd – Poesia com Deficiência

sábado, 20 de agosto de 2016

DERROCADA A PARIR




DERROCADA A PARIR
a um fio dos limites
apito minimalista
costura a mente
e horizonte sem fronte
encaminha a  
alem do bem o do mal
como se eles não existissem
bem como se permitisse
ao ultimo fio de esperança
estratégia hábil
Inverossímil e a fuga
Desconforto do  acordo
A mercê do sagrado do medo
Ai que vem a prova
Quando escorrega
No bagaço dos princípios
O que lhe resta desse latifúndio
Temer o  latido do fundo
O cachorro louco a sua espera
Escorrega no puro limbo
a revolta é um óleo sujo
por vezes foi aproveitado
para superar a maquina
usa-lo como desafio
e não ser engrenagem
e sim a razão mais pura
nem sempre há de saber
do tombo descabido
valida  um conceito
simplesmente rarefeito
Assim vivencia
a vulnerabilidade do ser
SERGIO CUMINO =- pCd – poesia com deficiência

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

RECANTO DAS OLIVEIRAS


 

RECANTO DAS OLIVEIRAS     
  
                                  Onde solidariedade é afago
Oralidade é ditada
Folhas servem beneméritas
desde idade do bronze                   
Dá-se aroma a seu busto
E cobrem meu frio
com manto do melhor azeite
Assim untado desse recanto
Que vibra  brasilidade
como de índia Janaina
brilho d’água cristalina 
em suas corredeiras  embarca
sentimento de menina
unge as feridas do tempo
O deleite desse retiro
que me coloco de corpo
e me elevo em espírito
vem de olivais africanas
e as magias do dendê
Sob a pele do Oyá
O vento é a Mãe
Cuja dança ritual
Elegância ancestral
Como curvaturas de bambuzal
Isis a Deusa das olivais
Aqui é sua neta
Essa mistura se faz poesia
Da magia desses balsamo
Óleo de sua oliveira
Ilumina a noite
Para damas rodar as saias
É a rainha do clã
E a outra princesa
Faz sacrifício pelo melhor sorriso
Odoya quando a outra Yaba
Alinhava seu mar
Trajando-as óleo fino
Aconchego dessa tribo
Dessa família de fé
Que orienta minhas  pernas
Como flecha  de Ode
é combustível de lamparina
encontrar luzes de outros montes
lendas, curas, e  mitos
As vejo em sua oliva
Renovada em alma menina
Também se mostra brandas
Com ramos de oliveira
Os sentidos purificam
em sua Lívia calmaria

SÉRGIO CUMINO,

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

INCONVENIÊNCIA PARECE CIÊNCIA




INCONVENIÊNCIA PARECE CIÊNCIA

Quer o momento intimo
para dar vazão a reflexão
procurar em si calmaria
junto a ternura do vazio
para eliminar o que sufoca

Surge  quem invade
entra sem bater na porta
justamente quando viraria
pelo mundo de cambalhota
Em pleno sorriso da liberdade

Encontrando-se  com infância
E por ventura sem razão
De pronto lhe adota
Com autoridade materna
De volúpia incestuosa

Com babas na boca te come
Explica-se que quer sossego
Para por ordem no desespero
Interpreta como  desprezo
Assim o tempo consome

O que revira, volta dolosa.
Um  excesso de apego
Intromete ao que não compete
Dessa ingerência  arbitrária
Monopoliza qualquer prosa

SERGIO CUMINO, - PCD POESIA COM DEFICIÊNCIA.