ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

quarta-feira, 29 de junho de 2016

MOVIMENTO da PRAÇA CEGA



MOVIMENTO da PRAÇA CEGA

Avante ao centro
E o que se passa
Leva  a agregação
O que constrói
Em si, no intuitivo
o auxilio do vento
E o arquétipo da praça
Independe estar vendo
O querer manifesta
Enquanto voluntário
Descreve o espaço
Suas guias cutucam
Os buracos de vias
Como se apontasse
A Lei inclusiva
É o estar presente
Com ou sem piso tátil
movimento afirmativo
Com arte e realidade
 suas dádivas Surpreende
as forças subjetivas
embrionária do coletivo
o melhor de cada  si
E se lhe falta ingrediente
O ansiar evolui a revolução
Supre o faltante com amor
Já os cartazes  de efeito
Astúcia da cegueira
de cabeça para baixo
mergulha mensagem
frases apontam passeio
Que vira a cabeça
de quem enxerga
entre as chacotas
ardilosa  intolerância
e os que notam
todo o do grupo
mensagens invertidas
o riso se faz vingado
pelica ostensiva
Baluarte do estranhamento
os fizeram visíveis
bumerangue dançante
que vai perceber
levados a crer
que só foram vistos
porque sentiu a aventura
do humor cognitivo
se projeta nos manifestantes 
que é não ver  o mundo
mesmo que por instante
uma estética expressiva
emergir a palavra de ordem
o inseguro do seu porto
e falam uníssonos
“brincamos seu moço
Conquistar direito
Não é perder alegria
de sair da  zona de conforto”

SÉRGIO CUMINO – PcD POESIA COM DEFICIÊNCIA

terça-feira, 21 de junho de 2016

BRISA DE CRISTAL



BRISA DE CRISTAL

Eu preciso de um baseado
com ficção dos fatos reais,
me ponho em sonho
junto com o suponho
Zen o distúrbio mental

Cantar meu carnaval
Com olhar risonho
Situação que não ponho
Analogias boçais
Para temperar o fraseado

Desarma o cadeado
Abre-se aos pontos cardeais
Sobre si é colono
Cada coroa tem seu trono
Da pedreira ao bananal

Mundo de tanta coisa e tal
Escreve a história com carbono
Surge clarividência com o sono
Com arquétipos castiçais
Eloqüente estado calado

Sentidos como um fado
Que acena daquele cais
Despede-se do horizonte sem dono
Ou dá a costa o sacudir do sonho
Vivendo poesia para por no varal

Tudo depende do astral
formando octógono
queima escrúpulo
e viagens verticais
quadro esfumaçado

De um ritual apertado
De respiro pela paz
É quando seguro
Congruência rumo
As esculturas de cristal

SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM  DEFICIÊNCIA

sábado, 11 de junho de 2016

A ÉPICA MÃE CORAGEM

Poema dedicado a Jô Nunes - a autentica MÃE CORAGEM


A ÉPICA MÃE CORAGEM


Faz-se do estranhamento

Aos olhares conformados

Quer-se é da media nobreza

Diante dos soldados da corte

E seus olhares de paisagem

ante dos seus conflitos

Expressam náuseas

Indigna-se com o horror.

Do discurso ensaiado

Respondem com estiagem

Da solidariedade em louvor

- Minha senhora faz-me o favor!

Rompe o Indulto com estranheza

-O que quer? Se quer pode custear!?-

A legalidade estancada

Por agentes sem virtude

Com a brasa de guerrilheira

Responde sem pestanejar

- O sorriso de conquistar,

respeito e  providencias-

Em tempos de indiferenças.

Essa Mãe subversiva

Como interpretam seu pedido

os surdos do sistema

desentende libra ou outra língua

quiçá uma síndrome

No sistema que porta deficiência

Torna apelo em pantomima

Mas sua vontade intuitiva

Desarma o ceticismo técnico

Mesmo declarado-a  louca

O amor comprova lúcida

Não a faz vitima da história

Cada batalha de sua trajetória

É a grandeza de um capítulo Épico

Sempre com voz afirmativa

De coragem e astúcia

Torna-se divisor de águas

Contra o mundo de barreiras

Para que nossos filhos  

sejam apenas crianças



SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA

sexta-feira, 10 de junho de 2016

PARAPLEGIA DA NOITE



PARAPLEGIA DA NOITE

Conversa com a noite
se mantém calada
só observa
Faz gritar o silencio
Deve ter sua  tática
Ou cumplicidade?
Fica na espreita
como o corpo, parada
Ou serenamente absorta
faz dos pedidos reza
da indignação sacrilégio
e a duvida chega a fé
E aquilo que pesa
Nem tudo é como antes
Incerto por linhas tortas
Se o desejo não emperra
outros sonhos movem
Será outro colégio.
Foi-se com a mobilidade
com muitas possibilidades
afogadas no brejo
se quer sente os pés
Assim refletirá sua luta
-porque não entendeu ontem
quando tirava onda
em uma de suas paradas
na encruzilhada que destina
o perceber sensível que flora
nas veredas de outrora
se não fosse esse desfecho
vibraria em outras sinas-
É ave de  rapina
Mesmo com asas quebradas  
Sua herança não é a culpa
Não deixe o querer embernar
Escute a noite
Deixe silencio a falar
E sentirá cada palavra.
SERGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA

domingo, 5 de junho de 2016

MANIFESTO! “CIDADÃO PORTADOR DA DEFICIÊNCIA”




MANIFESTO!
“CIDADÃO PORTADOR DA DEFICIÊNCIA”

Gritam além da porta
Inicia-se o martírio
No passeio avariado
titubeia o passo dado
Começa o dia ao que portas
Pula quem pode
O lixo espalhado
Quem é impossibilitado
Retorna pela via ao lado
Vive nessa contramão
A ladeira pesa na memória
A subida inverossímil
Íngreme é imensurável
como simples degrau
Para quem não há condição
assim é o calibre
da impotente relatividade
Faz-se o vácuo do tempo
ficar parado na parada
passa um, passa dois
passa três, passa quatro
reflete sua existência
“Não posso parar,
se parar eu penso
 se pensar eu choro”
Sentimento de impotência
pela falta do carro adaptável
Independente do buraco  
ou a largura da passagem
Não importa a idade
e agora já comporta
Com ou sem necessidade
Se oito ou oitenta
Desrespeito com a cidade
que portamos nas costas
Depara-se com a prioridade
que o acesso do seu passeio
E a subida para garagem
faz do cidadão carregador
Impávida mula
dessa carga da indiferença
A pessoa com deficiência
é portadora essa indulgência
SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA

sexta-feira, 3 de junho de 2016

AUDIODESCRIÇÃO



 AUDIODESCRIÇÃO

Com sorriso contemplativo
O horizonte banha a face
Sente o calor desenhando
E colorindo com rubor
A obra do nosso astro
Cosmo e seus artistas
E como uma assinatura
O vislumbre sem cor
A vontade de voar
Como se as andorinhas
Passam para nos chamar
Ah uma delicia devagar
no aroma da flor do campo
e em suas essências mágicas
dão graça a esse louvor
segurando sua mão
com cheiro suave
cúmplices a compartilhar
parece que nada nos abala
registramos em nossas palmas
seladas pela química do suor
Nessa dança da água e o ar
O bailado com lindo canto
Tarde de operetas  plácidas
Abrimo-nos para margem
No acústico da marola
Como ela sabe acalmar
Sabe o que ela diz?
Aqui entenderemos o amor
Com essa umidade terra
Seu piso firme no chão
Incomodo do lábio seco
E a pergunta que não quer calar
Pelo seu batimento acelerando
-É! Vê tudo isso sem enxergar?
Nessa tarde noturna
A percepção e a emoção.
Traduz-se em audiodescrição

SÉRGIO CUMINO – PCD – Poesia Com Deficiência