VASSOURA e o POETA.
Cadê você vassoura?
Que tanto a procuro
Será que por desleixo
Da minha insanidade
A guardei, sem me despedir?
Não digo de ti!
Servil e fiel.
Mas do resto que finou varrido
As sobras do que não sei o que fui
Mas de qualquer forma aturou
Ali arqueologia do meu fisiologismo
E se fuçar desvenda, até coisa de energia
Só de pensar arrepia,
Tanto quanto a vassoura e seus signos
Cadê você vassoura?
Já estou ficando com medo
Dizem que varre coisas do mal
Fugires de mim sobrará o aqui deixado
Faz isso por vingança??!!
Desculpe-me não repetir o abraço
Aquele contigo vivenciei a saudade
Não a vejo nem dentro do armário
Somos cúmplices pelo deixado debaixo
Faz isso comigo não
Ensaiei usando você
Comigo também se transformou
O melhor da arte é o feijão com arroz
O espetáculo o reflexo
Vê se aparece
Os lamentos que puxamos
Algum deve ter varrido
A pena, a lida e a compaixão.
Lembra o toque da antena
Continua sendo minha extensão
Sob a geladeira poeira e sementes perdidas
A fuligem não te apavora
Não entendo estar desaparecida
Já sei vassoura querida.
Entendi é por amor!
Nesse sobe e desce
Padece-me a peleja
Mesmo contigo lavor
A vassoura quase que instinto
Não me quer fadigado
Alguém subvertia a paz
De pronto varria os pés
Ou de reza atrás da porta
Assim o mal agourado
Não aparecia mais
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803
Nenhum comentário:
Postar um comentário