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sexta-feira, 4 de março de 2016

RESOLUÇÕES E SUAS FERIDAS




RESOLUÇÕES E SUAS FERIDAS

Fim do período cíclico anual
Entra mais um ano da era cristã
Abrimos a alma a todos os ritos
A tradição nas Tigelas com avelã
O estouro do  Champagne é o portal
Riso lágrima e luzes de artifícios.

Intrépidos dias do velho ano
Com  fé criada em águas turvas
Pelos meus que tanto amo
Cria-se a força que me lança
Desnudo livre, vivo e sem luvas.
Navego na barca  da esperança

O ego  vibra o total desgosto
Atropela-me como trem expresso
Trilhos de sombria desesperança
Logo Instantes de um ano posto
Apresenta o Lastimoso regresso
Nas danças de  más  lembranças

Foi o dedilhar de uma egolatria
Gente que cria ações dantescas
Voltando ao ponto triste que faria
Alma do mais tenebroso inverno
Em combinações funestas
Jogadas a lama momentos ternos

O paradoxo que se  liga
Repudia com quem pôs a mesa
Nosso circulo, elos que a frieza desliga.
Apagando  trilhas, veredas e andanças.
Atravessa meu coração com sua presa
Falta de ardor no que seria festança

O ano com luz deveria nascer
cuja soma resulta nem um;
Agora é dor, sem consolo.
Da felicidade que me faz abster
Pega a alma em desjejum
Infame fruta amarga o bolo

Passados e legado de  amargura
regride ao que já era de superar
Por não estar despido da armadura
explode meu peito sem anestesia
Em cacos virara meu vaso secular
frangalhos a brandura que vestia

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803

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