RESOLUÇÕES E SUAS FERIDAS
Fim do período cíclico anual
Entra mais um ano da era
cristã
Abrimos a alma a todos os
ritos
A tradição nas Tigelas com
avelã
O estouro do Champagne é o portal
Riso lágrima e luzes de
artifícios.
Intrépidos dias do velho ano
Com fé criada em águas turvas
Pelos meus que tanto amo
Cria-se a força que me lança
Desnudo livre, vivo e sem
luvas.
Navego na barca da esperança
O ego vibra o total desgosto
Atropela-me como trem
expresso
Trilhos de sombria
desesperança
Logo Instantes de um ano
posto
Apresenta o Lastimoso
regresso
Nas danças de más
lembranças
Foi o dedilhar de uma
egolatria
Gente que cria ações
dantescas
Voltando ao ponto triste que
faria
Alma do mais tenebroso
inverno
Em combinações funestas
Jogadas a lama momentos
ternos
O paradoxo que se liga
Repudia com quem pôs a mesa
Nosso circulo, elos que a
frieza desliga.
Apagando trilhas, veredas e andanças.
Atravessa meu coração com
sua presa
Falta de ardor no que seria
festança
O ano com luz deveria nascer
cuja soma resulta nem um;
Agora é dor, sem consolo.
Da felicidade que me faz
abster
Pega a alma em desjejum
Infame fruta amarga o bolo
Passados e legado de amargura
regride ao que já era de
superar
Por não estar despido da
armadura
explode meu peito sem
anestesia
Em cacos virara meu vaso
secular
frangalhos a brandura que
vestia
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO
SP 803
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