ESTIAGEM
DO DESEJO
Mal
se deu o fulgor da emoção
Que
fez da ação poesia e projeção
Ainda
nas badaladas do sino
Como
especialista em frustrar sonhos
Fez
dos mais puros gestos, desilusão.
Fez
do belo, sórdido e enfadonho
Um
ritual da bem-aventurança
rompido,
pelo ego sem rumo
Loucura, marionete ou pajelança?
Malquerer nas pontas
dedo,
que
derrubou-nos do prumo
Ato
perverso criador do medo
Dedos
que resiste ao anel.
A
união, cópula e poesia.
Lago
sem oxigênio, sem mel.
Longe
de tudo que descobrimos
buscar
o novo que mais valia
as
mãos dadas para sentirmos
Rogo
ao Deus do trovão
graça
que me faz lutar
inclino-me
com devoção
acende minha alma ágil
para
que continue amar
Com
a tolerância do sábio
Força
divina que tudo sabes
Pontos
de desaponto são fatos
já sem
potência sem bases
que
o desígnio nos arremeteu
O
poema é prenuncio do ultimato
E o Torpe
dedilhar é jubileu
Meu
Embate de toques perdoa
Que
vive como Tristão a dor
Noite
e dia, fogo que não apaga.
Mesmo
com adágio que atraiçoa
Contraponho
o sombrio com amor
Minha
mão não bate, afaga.
Torna
nossa vida monte salina
Hão
de renascer em conto de fadas
O
belo transcende e limpa o olhar.
Por
ela, por mim, e novas trilhas.
Resgatará
o sentimento que afaga
cada
dia aprendendo jeitos de amar
Rogo
que não seja epílogo
Essa
tortuosa forma de remate,
Coração perverso, que seja vencido
porque
apagar a memória
valerá se depois do embate
Extinguira
o falseio pela força do tempo
SÉRGIO
CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803
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