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quarta-feira, 16 de março de 2016

AMADA MANCA




AMADA MANCA

As desaforadas que passam
Por você não ter rebolado
 que o país esta fadado
Cochicham em satisfação
Sobre seu andar
E o descompasso que manca

Quanto tempo contigo passo
Em transe com seus  olhos
A ponto de como são os passos
Passa despercebido
Vislumbrar que pode ser amada
Deixas as beldades desesperadas

E afiam o sabre do preconceito
Contrapondo meu lábio molhado
Pela exuberância daquele beijo
Momento que as pernas não vêem
Entrego-me a boca é fato
E a poesia que estou vivendo

Andar? Tateia as possibilidades
Em caminhos avariados
Que faz da sua fragilidade exposta
Evolução do nosso afago
A ternura que no ombro encosta
Desenha amor em meus cuidados

Não se contagie com essa gente
Que a maior deficiência
É viver com a impotência
Que os enche
Inflados mal amadas
Vomitam de suas sacadas


Passos desejados do pensamento
elevado faz do asco menos
assim afirma seu pleno feminina
Declino-me perante sua finura
Amando seu jeito menina
Seguimos de braços ternos

Quando a pego pelas ancas
Mulher amada e desejosa
As que a chamam manca
Pela rua do ouvidor
Cacarejam como penosas
Por não terem um grande amor.

Sérgio Cumino – Observatório SP 803

sábado, 5 de março de 2016

CAMINHOS QUIXOTESCOS




CAMINHOS QUIXOTESCOS

Como não repercute o grito entre o vácuo
Corro em busca de minha explicação,
nas estrelinhas de minhas duvidas,
na especulação de minhas performances   
na previsão de me dispor a qualquer
imprevisto, a dialética do vou ou fico

Procuro o máximo afago das mãos
Da vitória, e correndo o risco
com os toques de pelica,
na filosofia a vida é tomando  
que se leva, o estigma é
sinônimo da sabedoria,
e a carne é forte.

Na cinematografia dos conflitos vividos, 
sou um só, os  outros fazem parte de minha   
criação, que se declina perante 
Eros e Dionísio, reciclando a ser só, 
em busca de um colo intimo;e que meus
desequilíbrios atinjam o equilíbrio

 Ogum abra os meus caminhos a atingir as 
regiões dos desejos, a compreensão
de minha aldeia.
As plantas do parque é a floresta que  
o grilo canta os mistérios de seu mundo.
Mistérios da boca entreaberta   

O olhar de ardente espiral,
que explica no jeito e nasce no ventre
Mistério do mundo e Dom Quixote
Sonhador que não canta o vácuo
mas ama em laços sua Dulcinéia
de ritmos e luzes.
                                                             
SERGIO CUMINO – POETA E A EXISTÊNCIA

FLECHÁ-LA



FLECHÁ-LA

Sou cupido de mim mesmo
Querer cá dentro
Suspiro no seu corpo inteiro
motivo da busca
que a faz meu alvo
estimulo é o te quero
Como quero
Mover-me em  seu movimento
doce e belo
enigma de todo desejo
transformado em paixão
em fogo sem razão
em voltagem louca
que vontade boa
de instinto selvagem
não importa onde amar
sobre recluso das montanhas
os ventos do campo
a magia do beira mar
guiado por nossas miragens
roço o seu vale vasto
mergulho em sua caverna
e penetro o etéreo  
mil formas e fazer amor
Oceano para poema compor
feminina move a rima
olhar é a mãe das  asas
Sorriso acende o coração
E ser um rio sem margens  
Como seu corpo envolto
delicioso úmido ardor
que aquece meu ser inteiro
num transe verdadeiro
Um calor virando  brasas
envolvo  dedos em cachos
Você perdida em cobiça alada
Traduzidos nos rosados seios
frutas do  vinho, suas uvas
arrepio da nuca, minha barba
Embebedo-me de você e dou, ·.
Sirvo-lhe o deleite desse arqueiro
Atrevido como  de guerreiro,
Perspicaz flecheiro, amante.
Cândida felina me caça
No seu dia da graça
Com as pernas me abraça
suga a flecha mágica
servindo-lhe que me tem
Cavalheiresco arqueio Zen
penetra sua mata, sua vulva
seus segredos, sua alma.
Doo-me sem limite.
Sou seu e meu, cupido.
De mais ninguém.
Só aspirar ser flechada.
Tornar-se Psique
SÉRGIO CUMINO -



sexta-feira, 4 de março de 2016

ESTIAGEM DO DESEJO




ESTIAGEM DO DESEJO

Mal se deu o fulgor da emoção
Que fez da   ação poesia e projeção
Ainda nas badaladas do sino
Como especialista em frustrar sonhos
Fez dos mais puros gestos, desilusão.
Fez do belo, sórdido e enfadonho

Um ritual da bem-aventurança
rompido, pelo ego sem  rumo
 Loucura, marionete  ou pajelança? 
Malquerer  nas pontas  dedo, 
que derrubou-nos  do prumo
Ato perverso criador do medo

Dedos que resiste ao anel.
A união, cópula e poesia.
Lago sem oxigênio, sem mel.
Longe de tudo que descobrimos
buscar o novo que mais valia
as mãos dadas para sentirmos

Rogo ao Deus do trovão
graça que me faz lutar 
inclino-me com devoção
acende  minha alma ágil
para que continue amar
Com a tolerância do sábio

Força divina que tudo sabes
Pontos de desaponto são fatos
 já sem  potência sem bases
que o desígnio  nos arremeteu
O poema é prenuncio do ultimato
 E o Torpe  dedilhar é jubileu

Meu Embate de toques perdoa
Que vive como Tristão a dor
Noite e dia, fogo que não apaga.
Mesmo com adágio que atraiçoa
Contraponho o sombrio com amor
Minha mão não bate, afaga.
                                           
Torna nossa vida monte salina
Hão de renascer  em conto de fadas     
O belo transcende e limpa o olhar.
Por ela, por mim, e novas trilhas.
Resgatará o sentimento que afaga
cada dia aprendendo jeitos de amar

Rogo que não seja epílogo
Essa tortuosa forma de remate,
Coração  perverso, que seja vencido
porque apagar a memória
 valerá se depois do embate
Extinguira o falseio pela força do tempo

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803

RESOLUÇÕES E SUAS FERIDAS




RESOLUÇÕES E SUAS FERIDAS

Fim do período cíclico anual
Entra mais um ano da era cristã
Abrimos a alma a todos os ritos
A tradição nas Tigelas com avelã
O estouro do  Champagne é o portal
Riso lágrima e luzes de artifícios.

Intrépidos dias do velho ano
Com  fé criada em águas turvas
Pelos meus que tanto amo
Cria-se a força que me lança
Desnudo livre, vivo e sem luvas.
Navego na barca  da esperança

O ego  vibra o total desgosto
Atropela-me como trem expresso
Trilhos de sombria desesperança
Logo Instantes de um ano posto
Apresenta o Lastimoso regresso
Nas danças de  más  lembranças

Foi o dedilhar de uma egolatria
Gente que cria ações dantescas
Voltando ao ponto triste que faria
Alma do mais tenebroso inverno
Em combinações funestas
Jogadas a lama momentos ternos

O paradoxo que se  liga
Repudia com quem pôs a mesa
Nosso circulo, elos que a frieza desliga.
Apagando  trilhas, veredas e andanças.
Atravessa meu coração com sua presa
Falta de ardor no que seria festança

O ano com luz deveria nascer
cuja soma resulta nem um;
Agora é dor, sem consolo.
Da felicidade que me faz abster
Pega a alma em desjejum
Infame fruta amarga o bolo

Passados e legado de  amargura
regride ao que já era de superar
Por não estar despido da armadura
explode meu peito sem anestesia
Em cacos virara meu vaso secular
frangalhos a brandura que vestia

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803

RESILIÊNCIA





RESILIÊNCIA
 
Em prol da luz  nos rostos
Antes que o limbo  seja sentença
A submergir do fundo do poço
Farei valer meus esforços
a exercitar a querência
para combater infame colosso 
                                           
Basta ao destino trágico
de expor-me a inexorável 
cuja pele fria sem beldade
Creio no meu desejo ávido
para valer o toque amável
E o carinho ser  realidade

Se, aprendi e provei nas andanças
Faça-me sábio como zen - arqueiro
enfrente a escoria e seus  estigmas
das marmotas dos embusteiros
conheça o sentido das nuances
gerada pelas almas indignas

                    Clamo a flecha abençoada de Ode                   
Única mágica, exata e certeira.
Esse é meu pedido na força da fé
buscar no navegar é preciso
A diluir a alma traiçoeira
Pelo resgate do amor querido

Conheço como o  coração gorjeia
mesmo sem saber seu exato intento  
Guerrearei a afastá-lo desse  engodo
passo a passo verei o brilho renascendo
Que Deus de agô, misericórdia e projeta.
Que perceba as mãos puxando-o do lodo

Como uma ciranda do destino
Ou mesmo um ritual de solstício
Saltitando  do paraíso ao inferno,
lúdico ao experimento vivo pelo tino
A cada dia encontremos o eterno
dando-nos harmonia ,valera o sacrifício.

SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ

A DECEPÇÃO




A DECEPÇÃO

Dez  minutos de o novo iniciar
ainda com bolhas nas taças
espumosas  brumas do mar
submersas na bebida rosada
na abertura do portal,  jaça
toda poesia dada à amada

Dez minutos inicia resoluções
caminhar , superar, amor  e paz
sonhos projetos aos corações
No cintilar dos brilhos no céu
 após saudação do novo,jaz
revela-se o poço, a joça, o fel

Os dez minutos da bonança
voz embargada , começa dissentir
quando sonhava como criança
arremessando meu peito a revelia
e os quereres e o que tinha por vir
Pura indiferença pelo que eu sentia

Dez minutos , musa, amada e cruel
lança-me ao prelúdio de um abismo
Logo ela por quem  eu peço o céu,
Joga-me numa sala de parede fria
com enfeites, vinho e sofismo        
Que a  mentira infiel  recria

dez minutos de pirotecnia
como se horizonte fosse sorte
inicio do ano que prometia
como as taças  a mente a borbulhar
já me encontro sem norte
Nem tempo de embriagar

Dez minutos para a covardia
Cegando-a  para o óbvio não ver
dedos  do absurdo, digitam
Sua alma  mesquinha
Na dialética do ser e não ser
Cuja ceia da desonra, fui o prato

Para as dez horas que cresce
os dez dias,os dez anos senis
Contra os dez minutos fatídicos
Dobro meus joelhos as dez preces
Eretos ao  trato atos covardes e vis
Rogo pela harmonia e  princípios

SÉRGIO CUMINO-

quinta-feira, 3 de março de 2016

VASSOURA e o POETA.

 VASSOURA e o POETA.

Cadê você vassoura?
Que tanto a procuro
Será que por desleixo
Da minha insanidade
A guardei, sem me despedir?
Não digo de ti!
Servil e fiel.

Mas do resto que finou varrido
As sobras do que não sei o que fui
Mas de qualquer forma aturou
Ali arqueologia do meu fisiologismo
E se fuçar desvenda, até coisa de energia
Só de pensar arrepia,
Tanto quanto a vassoura e seus signos

Cadê você vassoura?
Já estou ficando com medo
Dizem que varre coisas do mal
Fugires de mim sobrará o aqui deixado
Faz isso por vingança??!!
Desculpe-me não repetir o abraço
Aquele contigo vivenciei a saudade

Não a vejo nem dentro do armário
Somos cúmplices pelo deixado debaixo
Faz isso comigo não
Ensaiei usando você
Comigo também se transformou
O melhor da arte é o feijão com arroz
O espetáculo o reflexo

Vê se aparece
Os lamentos que puxamos
Algum deve ter varrido
A pena, a lida e a compaixão.
Lembra o toque da antena
Continua sendo minha extensão
Sob a geladeira poeira e sementes perdidas

A fuligem não te apavora
Não entendo estar desaparecida
Já sei vassoura querida.
Entendi é por amor!
Nesse sobe e desce
Padece-me  a  peleja
Mesmo contigo lavor

A vassoura quase que instinto
Não me quer fadigado
Alguém subvertia a paz
De pronto varria os pés
Ou de reza atrás da porta
Assim o mal agourado
 Não aparecia mais

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO SP 803