ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

PARADA DE BREQUE



PARADA DE BREQUE

Nossa! Quantas paradas
Veem desorganizadas
Àquelas paralelas
Galeria de agoniadas
Da floresta concretada

A parada em movimento
Na penúltima parada
da linha Tucuruvi 
no passeio paralelo
no entorno do gafanhoto
tem assunto para lá de metro

E a alma acamada
No norte sem norte
De um acabar de tarde
Ao prelúdio da balada
E seu fluxo abalado
No colo do confinamento

Ao vento na praça
abatido sentado
Acentua  àquele banco
Com pomba infectada
indultos do pensamento

de uma  fé bastarda
Sob traços de concreto
Parece fumaça, faz facho
Desenhado por um jato
Para auto, papo reto
Do que foi essa jornada


Ora a vivo fomentado
Hora prado noutra pranto
Rola, e bola na parada
Samba que vai e  back
Ritmada na caixa
num compasso arranhado


som dos trilhos
passa pelo Brisado
chega a praça
nem tudo é fumaça
nasce samba chorado
numa cadência do tempo

Sobre o tempo quieto
Resgata magoas de outrora
Numa revista melódica
O urbano arquétipo
Da lembrança cantada
Na parada do breque

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

Nenhum comentário:

Postar um comentário