PARADA DE BREQUE
Nossa! Quantas paradas
Veem desorganizadas
Àquelas paralelas
Galeria de agoniadas
Da floresta concretada
A parada em movimento
Na penúltima parada
da linha Tucuruvi
no passeio paralelo
no entorno do gafanhoto
tem assunto para lá de metro
E a alma acamada
No norte sem norte
De um acabar de tarde
Ao prelúdio da balada
E seu fluxo abalado
No colo do confinamento
Ao vento na praça
abatido sentado
Acentua àquele banco
Com pomba infectada
indultos do pensamento
de uma fé bastarda
Sob traços de concreto
Parece fumaça, faz facho
Desenhado por um jato
Para auto, papo reto
Do que foi essa jornada
Ora a vivo fomentado
Hora prado noutra pranto
Rola, e bola na parada
Samba que vai e back
Ritmada na caixa
num compasso arranhado
som dos trilhos
passa pelo Brisado
chega a praça
nem tudo é fumaça
nasce samba chorado
numa cadência do tempo
Sobre o tempo quieto
Resgata magoas de outrora
Numa revista melódica
O urbano arquétipo
Da lembrança cantada
Na parada do breque
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803
Nenhum comentário:
Postar um comentário