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sexta-feira, 3 de abril de 2015

FORAM CINCO TIROS


FORAM CINCO TIROS
De moral atroz
Cinco sem dignidade
Tirou a vida vivida
De um irmão dentre nos
Arrebatou muito cedo
Quando atravessou o peito
Do sorriso sem maldade
Os justos são reféns
De julgamentos sem lei
Dissimulada honra
Perfurou a tenra bondade
Esse mal que não tem bem
Contados no dedo
Cinco que tirou a voz
De um povo que canta
É a prece da família de fé
Soma ao consolo da saudade
Do Yao querido
Xire com gosto dançava
Estampido Impôs ao vácuo
Amputou os passos
De saldar as cantigas sagradas
Trauma da perplexidade
Por um mundo sem respeito
Ah meu caro numeral
Mesmo seis vezes de você
Mais o peito tinha de anos
Diga o que disser
Negamos-nos a entender
Os lamentos são seus múltiplos
Assim como a epidemia do medo
Que bambeia sem seu direito
Por essa vida bandida
Levou-nos nosso menino de ODÉ.
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
Poema dedicado ao Fabiano irmão de Santo o qual Ode o leva a sua jornada de luz.

Um comentário:

  1. Lindo encheu meus olhos de lágrimas, descreve como a vida pode ser ceifada a esmo. Com sua sensibilidade captou a essência de um fato e o transformou em uma linda homenagem ao irmão de axé que sempre estará presente em nossas lembranças.

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