CURIMBA O ECO DA EXISTÊNCIA
A batida faz que
sinta
o que a mão manifesta
Ungido pelo suor
espalmado
a fricção da linha da
vida
Canta pelo coro
abençoado
Pede a benção, Agô e licença.
Aos velhos e orixás
sagrados
Retumba a dimensão do
templo
No reinado é coroa
Faz do rito nossa
festa
Frisson ao pensamento
Vibra como agua do
lago
Ondas bentas da canoa
Movimento ao
Insuflado
Para os homens é
clemencia
Dos erros que tira o
ritmo,
Rompe vínculo
Do seu calvário
O que a batida
maestra
O tambor e seu tamboreiro
Dá remelexo a mente
Busca em outros
tempos
Mitos e outros
símbolos
Troveja como raio
E com o corpo
presente
O calor do barravento
Já o medo que se
sente
O batuque do
batuqueiro
Abate-os Tambor
Vibra-os como a agua
Aguça clarividência
Na passagem do
pescador
Dessa barca do
espirito
Atabaque do
tabaqueiro
De mãos consagradas
Caminha como vento
Como a terra se
alimenta
É êxtase da viagem
mística
Entra dentro d’alma
Desarma a resistência
Aquece o frio mármore
Que mora dentro de
peito
Através dos seus
gritos
Contagia alegria
rítmica
Espalham-se pelo
espaço
Busca até em Luanda
É o toque que canta
Forças para Orí
aflorar
O pedido da pele com
arvore
Seja Angola, Jeje ou ketu.
Ou no sagrado da
umbanda
A curimba ecoa
O sonoro da
existência
SÉRGIO CUMINO – POETA
DE AYRÁ
Muito Mara, adoreiiiiiiiiiiiii
ResponderExcluirÉ um privilegio que tenho de acompanhar um artista em sua totalidade. Lembro quando Sergio Cumino falou ao conhecer o Grupo da Curimba, "minha preta esses moços merecem um belo poema, vou me esforçar", ao ouvir aquilo fiquei impressionada que generosidade antes de virar palavra brota da alma. Quando terminou de escrever o poema e deu para ler e com um sorriso quase infantil disse: "vou mandar pra eles acho que vão gostar", contudo isso conclui, que ele não é apenas um poeta, vive poeticamente.
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