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quinta-feira, 25 de julho de 2013

DEBAIXO DA SAIA HÁ SETE ANÁGUAS

DEBAIXO DA SAIA HÁ SETE ANÁGUAS
Lutas contra a provisão da morte
Que exercem a gloria do obsoleto
Onde é a morada da liberdade
Perde-se às garras subserviência
A sete palmos abaixo do pleito
Onde moradia do descaso
Renegando seu mito
Ao adequar a outra visão
Conferir a causa e efeito
O que teria que ser fadado
O objeto do combate
Com sete desculpas distorcidas
Mantemos séculos de atraso
Interesse de um país laico
Escondido a sete pilhas
Do que eles julgam direito
E o fiel convertido
Entrega o pescoço
As cordas da modernidade
Impetra o céu se confia
ao inferno de Dante
Ignora as leis naturais
Sete  doutrinas dominante
Servidão da espontaneidade
Sete palmos aquém
da moral camuflada
Compensa o gosto de estar
Pelo consolo sincrético
Auditor da fé do outro
Amargo que adoça o paladar
Culto de religião casada
Será sempre filho bastardo
Alça voo nas asas da sujeição
O que seria saída a revelação
Mergulho dos mistérios
Do segredo oceano
Rompe-se a jornada pela rede
Aprisiona-se nas sete tramas
Numa inversão de rumo
Profundo torna cemitério
Onde nem Ikú quer morar
Esse é pleno movimento
Adverso estagna como a nata
Em prol de outros pontífices
Pelo beneficio de ser aceito
Faz do mundo interno ascético
Pelo esplendor da superfície
Não há libertação
Nem princípios ou diretrizes
Ficou a sete palmos da vergonha
A vocação reprimida
Suprimir as raízes
Contramão da evolução
Inicia sem ramonha
Porque a Casa Grande afaga
O estigma dessa senzala
De manter o fundamento
Sete palmos debaixo da toalha
SÉRGIO CUMINO – O POETÁ DE AYRÁ

Um comentário:

  1. Não há do que se esconder, ir na contramão, ficar reprimindo seu fundamento somente para ser aceito em um país que se diz laico mas que reprimi de forma velada o que nos foi repassado desde o seio da senzala. Vamos dar um basta e dizer de peito aberto o que nossa raiz carrega de um jeito profundo, sair debaixo dos panos das toalhas e fazer aparente o que por tempos foi escondido para poder ser cultuado. Jeito sábio que leva a refletir de como somos manipulado e oprimido pela massa da aceitação.

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