ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

quarta-feira, 12 de junho de 2013

PRECES das HERESIAS

PRECES das HERESIAS

Quando há abalo, precisam de consolo
Alicerces se agitam buscam a prece
A harmonia vacila, o olhar para.
Pulsando o peito, cadencia o novo
 
 
 Na hora da missa das seis,
Acolhido na catedral intima
Encontra a tomada de ar.
Boca amarga na missa das nove
 
 
Há de serem fadiga e cansaço
Energia que o dia remove
A prece do corpo ensaboado
Confere a água à alma lavar
 
 
Suspiro leve corpo floresce
O habito é a lingerie de rendas
Colo desnudo o desejo se mostra
A prece do amalgama encantado
 
 
Despem as rendas do desejo
Junto com a moral sem efeito
Mas na minha prece safada
Bocas e joelhos se encontram
 
 
E o amor constrói nossa trindade
Ladainhas viram sussurros
Sopro Divino comunga suspiro,
A face pousa no colo fraterno


Substitui a vida crucificada
Busco o encontro con-templo
torna-se basílica a fêmea
mãe terra pulsa no peito

E os sinos apontam a missa do galo
quando galinhas, flores e essências
evocam na encruzilhada
Moças, lebaras e a força do plexo

Bruxas, anjos e quereres
Que a invadem os sonhos
Além do bem e do mal, é magia
Sem tabu que cerceia amantes.
 
 
Fêmea, pura, felina, puta e poesia.
Macho, crente, safado e poeta
É a missa da dama da noite
Tudo contrasta, e se completa...

Na hora da celebração...
Renova! Recicla! Deseja!
Onde o cálice sagrado
Subverte a vida discreta

Abre-se portal do coração
Libertando de toda peleja
Única luz são corpos colados
Por sermos ritualistas ascetas

SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

Nenhum comentário:

Postar um comentário