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sexta-feira, 28 de junho de 2013

AFAGO DE OXALÁ

AFAGO DE OXALÁ
Nem tente significar
Não indague
Deixa aflorar
O por vir
Não escreve
Libere o sentir
Deixe o nada falar
Não se apegue
Não faça ideias
Nade a deriva.
Nem crie expectar
Não ordene
Nem revele
O irrelevante
Muito menos proeminente
Se entregue
Dê folga ao pensar
Cantiga de ninar
acaricie sua criança
não crie persona
ou imagem e semelhança
Nem ancião, nem velho.
Filosofia vã
Afira discursos sérios
Coração abranda o etéreo
deixe-o abraçar
Exile-se do clã
para que não faça sentidos
Não dispa os modelos
é tempo perdido
apenas não exista
Liberte-se do tempo
Retire o selo
Perca-se de vista
Esvazie o bom senso
Nem espere alguma pista
Esqueça o estilo
Nem estabeleça crivo
Não experimente
Não prove, nem comprove.
Apenas seja
Faça do nada
soma de cada  um
O caos sem signo
Universo sem cantos
Deixe o espirito ausente
para sabedoria Fun-Fun
 
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ

Um comentário:

  1. Tenho uma colocação pessoal a fazer desse belo poema ainda mais que o vi nascer na ante sala do consultório do meu médico. Estava a espera de ser chamada para consulta quando o Sergio me pediu uma folha de papel e uma caneta na hora entreguei sem muitas perguntas. E, para meu espanto e olha que a consulta nem foi longa ao sair me deparo com o poema Afago de Oxalá. Recebi, li e não tinha como ser diferente me encantei com tamanha propriedade das palavras e a entrega da pessoa a sua obra, que em questão de minutos sai de onde está e alça voos num universo magico onde as palavras tomam forma e soam como musica aos ouvidos só que em formato de poema. Parabéns meu querido poeta.

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