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sexta-feira, 17 de maio de 2013

DEMANDA O ENGODO DA ALMA

DEMANDA O ENGODO DA ALMA
O inimigo que crias
É o engodo do próprio eu
Na sutileza da indiferença
Que o rancor disfarça
Percorre o azedo tácito
Como sangue nas veias
Pulsado pelo coração amargo
Travento da terra desconhecida
Um fluxo que vaga pelo espaço
Em torpes correntes
Anula luz com arregaço
Que a noite testemunha calada
A lua mingua perante a triste magia
Da peleja travada consigo
Pelos males que erradia
Ignora o desconhecido perigo
Abscesso do plexo que gera
Sem notar a cruz da encruzilhada
O além das paredes, desdenha.
Que sua vela cega desenha
Não marca o devido descrito
Não anseie ver para crer
A lei do retorno não há espera
A sensatez aconselha
Tire o nome do padê
Que do lado de lá há orixás,
Amor, guardiões e guias.
Os arautos dos sentidos
E o germe dos crus regressa
O próprio fel lhe acha
E a sombra sucumbe aos olhos
E o enxofre se torna seiva
Porque o caos ensina o crente
A fortalecer seu terreiro
E nada há para celebrar
Da viagem astral inconsequente
Atrai Ajoguns para seu celeiro
Perde a beleza do amor
Quando deseja o barravento
Onde impera o Oxé de Xangô
SÉRGIO CUMINO – O POETA DE AYRÁ 

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