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terça-feira, 5 de março de 2013

PRECIPÍCIO SEM FUNDOS

PRECIPÍCIO SEM FUNDOS


E tenho dito
 
Há coisas que eu evito
 
Principalmente ficar de fuxico
 
Não é tudo que acredito
 
Se não me entende repito
 
Antes premedito
 
Para melhorar palpito
 
E tenho dito
 
Que cada atrito
 
Há uma forma que reflito
 
Mesmo quando é esquisito
 
Ou sinto que parasito
 
Em vales finitos
 
E tenho dito
 
Aos devotos de São Benedito
 
Que o mundo dos aflitos
 
São aqueles sem serviço
 
Descalços queimam pés no pito
 
E a mãe do Carlito
 
Com olhar perdido
 
De destino maldito
 
Lacaios milicos
 
Deportaram ao infinito
 
Jogado na vala dos quintos
 
Enterrado sem registro
 
Fato não interessa para rico
 
Pobre Carlito
 
Embalado no saco de lixo
 
Não passou de um cisto
 
Eliminado para não ser visto
 
Eu repito
 
Não é filho de pai distinto
 
E não da um bom buchicho
 
E muitos temos visto
 
Carlitos fora do sitio
 
Retirados como um quisto.
 
Onde mente apenas Sufixo

‘SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ



3 comentários:

  1. Poema interessante com jogo de palavras, mas com grande expressão de fatos, narrativa que prende, aguçada inteligencia sua poeta ao escrever desta forma. Enfim, por todos os campos enveredados saí uma obra de arte. Muito, muito reflexisivo e com grande inteligencia emocional. Sua perspicacia leva o leitor a repensar situações que passam desapercebidas. Belo!!!!!!!!!!!!

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  2. GOSTEI bem atual, interessante com muito jogo de Palavras, faz quem lê ou contempla PENSAR e refletir.

    Ao mesmo para aqueles que não entenderam convida a reler e ai compara como o todo do Poema e seu jogos de Palavras nos Transporta a algumas realidades de nosso País. O pior é que isso tudo que ocorre no País é mascarado e o Poder e Mídia manipulam e tentam fazer com que não sejam percebidos ou notados e os que notam ficam como estranhos no ninho.

    MUITO bom gostei mesmo de coração e o principal de mente.

    Pois acredite Serginho (Sergio Cumino) você me resgatou pois faz muito, muito tempo que não leio Poemas, Poesias por N Motivos e até desculpas = Falta de Tempo, Texto sem profundidade ou conteúdo, ou ligado ao nosso cotidiano, sociedade, País ou a vida.

    O Cordel Nordestino é assim Dramático na medida certa, SIMPLES mais ao mesmo tempo Complexo, Profundo. O grande problema dos demais Poemas e Poesias é que falta o chamado a reflexão e há diversas formas de Entendimento e compreensão, além é claro o Sentimento.

    Belíssimo, Parabéns.

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  3. Um novo formato de contar em versos aquilo que incomoda no cotidiano. Força nas expressões que nos fazem refletir e ter coragem de denunciar às vezes de tão pesado o fardo o é. Inteligente quando provoca até aqueles que dizem saber tudo e que mentem a sí próprios. Mensagens bem trocadas e significativas para nós leitores. Obrigada.

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