AFAGADAS ONDAS
Como corredeiras, me assanha.
Molhado feminino,
Ascende encantado
Que degusta o querer, que te quer.
Catedral, magia da mãe dos rios.
Acaricia com aguas plácidas
A felicidade que o desejo aflora
Na luxúria de pensamentos vertentes
As dezenas, centenas, e tantos mil
Vagueiam meus sentidos
Espumantes que embriagam o colo
Desperta o sussurro meloso
Na volúpia de sonhos freqüentes
Navega-me em ondas
Doce garboso do melado indecente
Faz-se sol todo meu plexo
Pulsar Instiga o doce do abraço
Na pele deixo meus lábios impresso
Coreografia intima a faço
Calores somados sem teto
E minhas mãos desenha o ardil
Tornando caricia nos seios em bojo
O lingerie escorrega como laço
Amantes, amados, nus margeados.
Faz-me homem amado formoso
Dueto com gemidos do assoalho
Declama improviso sutil
Ao ouvido do amor jurado
Eterno é a vereda do suspiro
O sopro musical do tempo
Onomatopaicos gozos pedintes
Cortez no dialeto do afago
Adere como suores misturados
Na brandura dos lençóis
São as velas do canto canoa
Em plumas ninho dos amados
Em brumas gostos inebriados
Num poema sem breve tema
Somam-se como flores em girassóis
Coral mítico onde somos ouvintes
De melodias a toda proa
Acordes sobre a pele da fêmea.
Vale a luz de muitos sóis
SÉRGIO CUMINO