ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CAMPANHA DOS PULHAS

CAMPANHA DOS PULHAS

Já não agüento dissimulados

Arranjos do marketing orquestrado

Bolinha de papel na careca manjada

Registrada e difusa ironia

Na manchete da tomografia


Moralistas sexistas engajadas

Com ares de arautos da classe média

Enquanto a policia mata negro na salinha

Fazem da terrorista a nossa tragédia

Travestindo o terror real de cada esquina


Enquanto Intelectuais tricotam na rede

Salmos da irmã ambientalista

Nos seringais de seus notebooks

Fazem Download de ativista

Da mascara de látex via Bluetooth


Fora os bastidores que ninguém vê

Lacaios peçonhentos conspiradores

Formando a legião dos comem quietos

Nauseantes articulações nos comitês

Só a alma limpa faz o homem certo


Engajado Foto Shop, faz o ordinário

Transforma em elegidos o que era inseto

De braços dados com a estatística

Ao lado do presidente lendário

Expõe seu atrevimento indiscreto


Refratários da realidade comprometida

Colocam no molde candidatas de resinas

Ou Argilas pervertidas modeladas ao set

Fantasiada de mulher, negra, e origens oprimidas

Cada partido tem tiririca que merece


Marionetes de intenções oportunistas

Mais descartáveis que garrafas pets

Pergunta-se: - porque das causas defendidas?

Espalha a fuligem do silencio ignorante

Analfabeta política a moda Brecht


Pivôs da demagogia Inoperante

Sob tutela de coordenadores esquerdistas

Mesmas mazelas de cinco centúrias

Cujo hálito podre sua conduta explica

Sufrágios errados que causa lamuria


Insolência impingida como fosse favor

Com sua campanha na rede logra

Menor custo pelo preço do odor.

Um povo que tudo esquece

De cidadãos a votos de manobra

 
“quem omite se associa” nossa síndrome

Em nome dos politicamente corretos

Assinamos a derrocada da boa índole

Através de sádicos algozes do dia a dia

Olhares sensatos tornam perplexos


Vemos a nação que assim padece

Essa Massa ignorante, não cobra

Cuja Vida que esse câncer tolha

Mais uma esperança que apodrece

Tornam Cúmplice da horda dos pulhas.


SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

JULIA BRITO A POETISA DO IPÊ-AMARELO

JULIA BRITO
A POETISA DO IPÊ-AMARELO

Criem cantigas sagradas a poetisa


 Como aquelas que evocam energias


Para que a primavera celebre sua vinda

Ipê amarelo é sua poesia

Que a lemos sem vir à sombra

Porque é luz que encanta os olhos


mas todo caminho tem seus percalços

que atinge a alma e causa avarias

Ocorridas em Estações de outrora


Feridas aos pés descalços

Outono, não derrubou apenas folhas

Sim ipês de sua sagrada genealogia

Perdeu encanto a fauna e a flora

Inverno trouxe a saudade fria

Cruel perda da mana querida

Desmatando a amada família

Entraves  do navegar de cada rio

Rogamos a Julia da paginas soltas

Por sermos poetas provençais

Com serenatas a janela d’alma

Seremos o sol de Cabo Frio

Tornemos flores do seu amarelo ipê

Lembrá-la que seu sorriso belo, é vida

Herdada pelas rimas repentistas

Seu rabisco emociona quem os lê

Poetisa moderna de nosso cordel

Apreciaremos como o beija flor

Assim como seus entes no céu.

Sérgio Cumino
Homenagem a Julia Brito, poetiza, e eterna amiga  que muito estimula esse blog,

terça-feira, 19 de outubro de 2010

CLARIVIDENCIA

CLARIVIDENCIA


De onde vem esse sussurro

Que me arrepia e não ilude

Boca em forma de clarim

Surge como sopro celeste

Que faz do correto absurdo

Que sem muito esforço

De desejá-la me incube

É do além e saí de mim

Das raízes do meu Cipreste

E revela outros fundos

Matrizes que causa alvoroço

O mito e o “eu” se fundem

Equilíbrio define o jardim

Sábio é ouvir que me disseste

Emergir meu ser do fundo

Em Respeito declino o dorso

E a testa e solo se unem

Couro e baqueta do tamborim

Despimos-nos de falsas vestes

Para permitir grandes trunfos

Basta ter pensamentos soltos

Peito aberto para que inundem

E que couraças rompam sim

E vibrem imagens ancestres

É o coletivo de outros mundos

Vindo como repentinos sopros

Num conjunto que se traduzem

O que há no cosmo há em mim

Sérgio Cumino - O POETA DE AYRÁ
Caro Leitor, deixe seu comentário, sua reflexão, opinião , é para mim de grande valia, que coloque esse rio em eterno movimento, clique no link de sua rede e compartilhe com seus amigos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CONTEMPLAÇÃO AO SONO DE CÍTARA



CONTEMPLAÇÃO AO SONO DE CÍTARA
Quando a bela adormeceu

De pronto se fez o anuncio

Mergulho do mito de Orfeu

A cada sopro do seu respirar

Contemplada quando dormia

Palavras do corpo emergiam

Frases, versos e jeito de amar

Sua pura energia ampliava

A cada onda do seu ressonar

Perguntava-me como podia?

Poesia de o seu corpo exalar?

Ali conheci a felina magia

Sua pele, docilmente arrepiava

Na sua graça gentil dizia

Meu corpo nu é todo seu

Palma da mão umedeceu

Como a pouco sua doce vulva

As letras tomavam formas

Poesia concreta da pele macia

de cada ponto do corpo nu

Tem luz como a própria lua

É um jardim da linda fêmea

Dela brota como encanto, rosas

dos cabelos vinham as brancas

Após a chama do amor azul

a noite quente torna branda
veio do colo a de cor rosa,

Terna silueta  que semeia

Uma beleza de toda prosa

Percebia que a fadiga sorria

Não era o fim da chama criada

De seu ventre flores de Oxum

Há mais vida na noite amorosa

Há fascínios doces delírios

Essências milenares no Olorum

O sono torna leitura consagrada

sua mata de rosas carmim

Somos florescer de lírios

Perguntava-me como podia?

Musica de o seu corpo exalar?

Ali apreciava toda sua melodia

Sua luz que vêm me abraçar

Vibra toda a graça em mim

Alem dos olhos humanos

gera sons do nosso limiar

Externo de sentidos acesos

sustenta-se o pulsar profano

Portas de trancas desatadas

mergulho ao sonho interior

Faz de nós liga sagrada

Sua nudez suave cítara

O sentir a toda plenitude

Nossa ária um gozo gemido

Num resplendor tamanho

Como cantar de pássaros

Evocando todos os sentidos

Sussurro que te amo

Como sua lira seu alaúde

Canto te sem embaraços

Celebro o lindo epilogo

Cantar d’alma é nosso açude.

SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CORAÇÃO NO ARQUIVO

CORAÇÃO NO ARQUIVO

Pensamento na direção exata

sonhos de passos seguros

a lua, terra e boca úmida

estão dispostas na pasta azul

corredor seis

arquivo morto

desejos retirados com raízes

desidratados com raiz quadrada

Amar deleite de literatura

e depois delete

enquanto se entrega a transáveis

artigos e cláusulas

de temperatura amena.

há sussurros nada contratuais

que fazem

perder o rumo

de uma procedência segura,

deparando com a insuficiência

do termômetro pejo, deixa sua

ordem física e moral

se escarnecer

burlam a clara idéia

do regimento das palavras.

mas essas que têm vida própria

quentes que fogem

as exatas combinações do perito assexuado

dão pane geral;

que vírus é esse

de origem selvagem?

que desorganiza o coito burocrático

uma revolução na sua cabeça

uma desarmonia da ordem

que movem o corpo

é preciso entender isso

em que pasta deixou a palavra

prazer?

SÉRGIO CUMINO

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CAMINHADA DO POVO DO SANTO


CAMINHADA DO POVO DO SANTO


O povo dos Ilês caminha

Levando no peito orgulho

Aos ventos cantigas de Fé

É sol tamanho sua alegria

E das janelas vêem múrmuros

E venha junto quem quiser

 

Em passos rítmicos cantam

Com contas, ração e turbantes

Vibrando ondas ao Olorum

Sorrisos que todos encantam

Subverte a moral intolerante

Nos Caminhos talhados por Ogum


Brandindo o passeio ao norte

onde reina irmão de Ode

Rio de pessoas de branco leito

Viver Orisá é nosso Consorte

Que nossos Autos são de ASÉ

Força d’alma contra preconceito


Mãos dadas nossa corrente

Diferente daquelas das senzalas

com nossa alegria ninguém pode

A liberdade é nosso ventre

Fundadas em arvores sagradas

É a benção divina que nos cobre


Embalado pela magia do tambor

Nas ruas passeio de fundamento

São as energias do lindo manto

Nossa resistência esta no amor

semblante de nobre sentimento

Divino passeio do povo de santo


Mãos dadas formam laços

De famílias de outros ventres

Os Ilês nas ruas da Bahia

Nação pede por seus passos

Preconceito sabe quem sente

Lavem os caminhos que nos guia

Sérgio Cumino - O POETA DE AYRÁ

Dedico esse poema, ao CEN Coletivo de Entidades negras ao amigo Marcos Rezende, e todas entidades coirmãs na luta pela liberdade Religiosa .Asé!