ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

sexta-feira, 28 de maio de 2010

ESCULPINDO DESEJOS


ESCULPINDO DESEJOS

Pela bela me declino aos pés

Com as mãos que embeleza o olhar,

Toque que nasce da fé

Na planta que torna meu guia

Construindo muitos desejar

toda sua tesão que esvaia

modelo o calor da bela

na magia que emana das palmas

dedilho pela trilha macia

o encontro de nossas almas

a sentir- ser doce eterna

numa coreografia que aquece

o toque da intensidade terna

esculpo a união das animas

mãos no namoro com as pernas

suas imaginações aparece

como tango sensual latino

Por um bom beijo fica aquecida

corpos reverberam como sino

movimentos que busca o querer

nesse calor que a torna atrevida

celebramos com um bom vinho

arrepio provocado pelo lamber

Toque que germina o que Atino

Mãos que buscam o nosso ser

Intensões quereres ávidos

Sem vir o tempo passar

Meu corpo todo servindo

a poesia da graça do amar.

Corpos e vontades de ter

A boca em todos seus lábios



SÉRGIO CUMINO

terça-feira, 25 de maio de 2010

BANHAR-SE


BANHAR-SE

Bobinho é o que dança

nos códigos simples

Atingir mil leituras

só para uma imparcialidade

de mil veredas

é difícil envolver

na comunicabilidade que

os impulsos pedem

banhando-se uma revolução

de carismas

para que os olhares sejam o tal

o sorriso seja aquele

a vontade seja eterna

O suor das mãos do médium

quer ultrapassar as mãos do balé

mimando as formas, curvas

até incendiar a mulher

numa estação de essências

que nasce da materialização

da música,na encadernação

dos sonhos

no aplauso dos belos


SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MAGIA E DEVANEIOS



MAGIA E DEVANEIOS


A alma sussurra verbos

Para conjugar os desejos

Como pano de fundo

os meios que vivemos

Onde somos servos

Jogando-nos a nossos extremos

De ponta a ponta

Se somarmos os derradeiros

Desse percurso insano

De tudo que a vida afronta

Até do que nem se quer veremos

Descobrimo-nos arautos dos devaneios

Mas percorre em nós a essência

Dessa obtusa verborragia

Que se torna clarividência

Quando a dialética transcende

A sabedoria dos silêncios

Invade o corpo

As células e a mente

Os infernos e o astral

Onde não há tempo nem eterno

O que somos é aparência

Composta e decomposta

Que viaja pelo etéreo

Divino rito ancestral

Seja em África

Berços de Odara

Ou no mágico oriente

Nas chamas de Dhandara

O que importa é SER

Em todos os rios e mares

Em todos planos e sintonia

Sermos profanos e a dádivas

Arco-Íris de Oxumarê

A mais pura sinergia

O sentido de nossa vida

Sabedoria dos erros e medos

Das mortes e amores

Sermos o rito da Magia.

Sérgio Cumino - POETA AYRÁ

sábado, 15 de maio de 2010

ENTRENOITE


ENTRENOITE

Onomatopaicos, imagens
essências , sons
e os braços deslizam no colo
e urdem, com o toque úmido
da boca que alucina,
da mulher sorriso menina
que segue os sussurros do âmago
libera suspiros e aromas
da fêmea quente
desencadeando as loucuras
do querer , da paixão
brindaremos a nós
E o vinho, se mistura
as gotas e suor
transformando-se em pérolas
numa alquimia sensual
a respiração minimalista
formando ondas
no diafragma em gozo,
quando os olhos projetam os
desejos mais íntimos d’alma,
os fantasmas
aguardam na sala ao lado;
porquê aqui, os cabelos
que recebem o vento,como
um bote velejando, até o sol
tramontar no horizonte;
à noite, ondeante embaraçam
como uma teia de amor
entretecendo sonhos
em tranças, em transe, em transa
até surgir os raios do novo ciclo
espreguiçamos , acalentamos
para sonhar.




SÉRGIO CUMINO

terça-feira, 11 de maio de 2010

BEIJO DA MÃE PRETA ESQUENTA



BEIJO DA MÃE PRETA ESQUENTA


Na calçada sobre friagem,
A mulher beija seu filho,
No crepúsculo da garoa
Encolhidos na via
Exposto a todo perigo
Por vezes uma alma boa
Dispensa centavos na vasilha
Expõe a passarela da economia
Que há almas fora do trilho
Que a vida é desumana
Arestas da fôrma emergente
Dispensadas nas margens
Da avenida paulistana
Sem o que lhe estenda a mão
Sem registros nem passagem
No documento da história
Tristes sequelas da abolição
Mãe o encosta ao colo
O presente frágil, em meio
ao passeio que foi dos Barões
Senhores do café.
Cuja mãe e filho são colheita
Da injustiça dos porões
Que deram sangue ao solo
Vicissitudes aos brasões
Recebem séculos de atrasos
A eles restaram à fé
E uma mãe que muito ama
unidos pelo afeto
de futuro nublado
colados a inércia dos tijolos
sob a marquise e sem tetos
Solo de outrora dos casarões
Envolto no trapo sagrado
acalenta , entre os seios
protegendo dos passos
dos pés de sapatos lustrados
que olham o futuro de ações
sem vir o olhar fundo ,e triste,
sem vir mãe e filho pobre,
e o corpo protegido em sua coxa
que aquece o espírito da criança
numa luta contra a avenida úmida
sem  os pés de ilustres vir que há
outros valores além da bolsa
expostos a garoa de São Paulo,
que inspirou corações ,
hoje penetram nos ossos frágeis
de alguém que não sonha
talvez, não aprenderá a sonhar.
Mãe preta se sente impotente,
Ambos com afeto ocupam o metro
de calçada que não te pertence
é símbolo sem saber se afirmar
No mais caro metro quadrado
que tenta esconder o olhar triste
do seu pequeno inocente,
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

sábado, 8 de maio de 2010

MÃE


MÃE

Eis o símbolo da flor

Eis a gestação romântica

Acasalamento ulterior

Eis o coração

Eis a alma

Eis o signo

A relação com a sina

Sem abusar da semântica

Das translações de cada dia

Eis o amor

Que impulsiona a vida

Que exorcisma os neo-ciclos

Presunções mesquinhas

Sem abalar

Tira da dor

Singelos sorrisos

Seja qual forem às traquinas

Vemos em ti as Yabas

Suas nuances esotéricas

Da me o beijo preciso

Que irmanará nossos humores

Pelo afago de seus olhos

Naquela cantiga de ninar

A Paciência Materna

Atingindo dimensões místicas

Quando da rua custa a chegar

Eis a luz de seu sorriso

Que aquece o coração

Faz-nos sentir em seu ninho

Por toda vida que nos restas

Levitando nossos espíritos

Através de sua divina intuição

Sem precisar

De orações

De velas

De padres

Faz da vida sem arestas

E dócil e fera

É rio, vento e mar

O templo e a terra

Eis o “eis que te amo”

Além do Bem o do Mal

Mencionado a cada projeto

Onde não há espaço e tempo

Eis a vida

Sonhos

Carinhos

Eis a MÃE


SÉRGIO CUMINO

segunda-feira, 3 de maio de 2010

SALADA DE FRUTAS


SALADA DE FRUTAS

A brandura morango carmim

Margeando a salada terrestre

Com gosto de malícia

E sabor de fêmea

Num simples deleite

Vêm de mansinho

Vêm de devagar

Vêm me afetar

No meu ninho

A cometer meu delito

Num simples deleite

O de querer

Com gosto de arrepio brando

Sem saber o caminho

A reverência

O ritual

O carinho

Estenderei-te a mesa

A cama

O ninho

A trilha de poros

Num corpo de frutas

Misturando

Sabor e gozo

Lamberemos o sumo da maçã

Rolarei nos arvoredos de sua mata

Beijarei doces pomas

Encantando-me com olhos de ameixa

Ao toque de suas mãos e uva

Até o crepúsculo chegar


SÉRGIO CUMINO

sábado, 1 de maio de 2010

QUANDO A MORTE, MORA NO VALE


QUANDO A MORTE, MORA NO VALE

mãos atadas pelo, sem rumo

depositando

os desejos no pêndulo

da sarcástica vida

a apatia é a tempestade de areia

que deixa sem

forças, paixão e gozo

opaco o, senso , bom senso

percepção ,

cega intuição

não sente o sorriso

o toque

a arte

não sente o desejo

o eco dos gritos

retorna sem ser visto

tempo longo

indefinido tempo

sem campo,

para modestas leituras

face a face,

com o desencontro

e manda

pro baú seus

libertários desejos

e a redundância...

uma rotina diária.

viver poesia

um consolo efêmero

o conflito aspira as

energias para sonhar

conquistas bissextas

é a saturação da vida

uma distância sentida

das ressonâncias do vale.

SÉRGIO CUMINO